UFOP apresenta projeto da Faculdade de Medicina em Ipatinga
Representantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) estiveram ontem em Ipatinga para apresentar o projeto do campi da Faculdade de Medicina e também os últimos estágios do processo de instalação da escola. Além do projeto arquitetônico, o reitor da UFOP Marcone Jamilson Freitas, o reitor da Escola de Medicina Márcio Antônio Galvão e o prefeito da UFOP Edmundo Dantas Gonçalves, destacaram que já estão liberados o projeto pedagógico do curso e a contratação dos 20 primeiros professores para a faculdade, que terá inicialmente 60 alunos.
Com o terreno já doado pela Prefeitura de Ipatinga, o campi será instalado onde atualmente funciona a Suplan, no bairro Cidade Nobre. Para iniciar o projeto, orçado em cerca de R$ 12 milhões, falta a liberação dos recursos pelo governo federal. Além da localização privilegiada, o campi ficará perto do Hospital Municipal, que, futuramente poderá funcionar também como hospital-escola. Ontem, após a apresentação do projeto arquitetônico em solenidade na Associação Comercial de Ipatinga, os representantes da UFOP visitaram as obras de ampliação do Hospital Municipal, onde foi inaugurado o bloco administrativo e estão sendo construídas novas enfermarias.
ALTERNATIVAS
Durante o encontro, foram discutidas alternativas para que a faculdade seja aberta o mais rapidamente possível. Uma das propostas apresentadas foi o funcionamento do curso em outras faculdades ou em espaço alugado. Os dirigentes da UFOP alegaram que este tipo de solução imediatista não resolveria o problema, porque, na melhor das hipóteses, ainda seria necessário mais tempo para realizar concurso público para professores e técnicos administrativos, compra de equipamentos, montagem de laboratórios, além de limitações legais que proíbem o uso de espaços locados, entre outros aspectos.
O reitor Marcone Freitas lembrou que em 2014 foi publicada uma lei, no contexto do Plano Nacional da Educação, prevendo a duplicação do número de alunos no ensino superior nas escolas públicas. “A meta do PNE é que em 2024 tenhamos 14 milhões de alunos. Atualmente são 7 milhões. Achamos que é uma meta difícil de cumprir. Nos países do primeiro mundo, de cada 3 alunos 2 estão no ensino superior em escola pública, se no Brasil atingirmos a meta de 1 em cada 3 teremos avançado muito”, avaliou, para ilustrar a necessidade da preocupação não só com a quantidade, mas também com a qualidade do ensino, diante de um cenário econômico pouco favorável. “UFOP é protagonista nos 5 primeiros lugares em residência médica no País, o ponto de corte da UFOP foi o 3º nas faculdades de medicina brasileiras. Então, queremos que o campi de Ipatinga mantenha esta qualidade”, reiterou Marcone Freitas.
Representantes da UFOP e do governo municipal durante a apresentação do projeto arquitetônico, ontem, na Aciapi
PREVISÃO
Os representantes da UFOP também alegaram que diante da complexidade do projeto, dos padrões de qualidade de ensino exigido e das experiências malfadadas de outros campi iniciados sem estrutura própria, o aconselhável é viabilizá-lo de acordo com uma realidade financeira que garanta a estrutura adequada para o curso. “Nós entendemos que o maior ganho do Mais Médicos não é trazer médicos de fora, mas formá-los no próprio País e formá-los com qualidade. Não se trata de um projeto de governo, mas de um projeto de Nação. Por isso, acreditamos que este projeto de Ipatinga tem tudo para chegar ao final”, disse Márcio Galvão. A previsão apresentada durante o encontro é que as obras sejam iniciadas no próximo ano e que as aulas comecem em 2018.
MISSÃO CUMPRIDA
O reitor da Escola de Medicina da UFOP, Márcio Galvão, salientou durante a visita que a Prefeitura de Ipatinga já fez tudo o que podia para implantar a Faculdade de Medicina. “Agora, o restante do projeto depende de recursos do governo federal para a contratação do projeto técnico, realização das obras, compra de equipamentos e contratação de técnicos administrativos”, disse, reiterando que a prefeita Cecília Ferramenta fez o que estava ao seu alcance para garantir a entrada em funcionamento da faculdade.
“Avançamos muito, desde a doação do terreno, alojamento para alunos e convênios. A Prefeitura tem nos ajudado muito”, disse. Lembrando ainda que, da metade em diante, o curso de Medicina também está estruturado através das Unidades Básicas de Saúde, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Hospital Municipal, que funcionarão como escolas práticas para os estudantes do curso.
O reitor da UFOP Marcone Freitas disse que são muitas as dificuldades para a instalação do campi, mas Ipatinga superou todas elas e o papel do município na etapa inicial do processo foi cumprido.
CONFORME O FIGURINO
A prefeita Cecília Ferramenta sublinhou que o compromisso com uma educação superior pública e de qualidade e a complexidade do projeto da implantação uma Faculdade de Medicina têm suas particularidades e dificuldades, mas o município fez o dever de casa.
“Doamos o espaço para a implantação da Faculdade de Medicina, temos o projeto arquitetônico, o projeto pedagógico, autorização de 20 vagas para professores e pessoal técnico. Faltam recursos do governo federal para a elaboração do projeto técnico, construção do prédio, compra de equipamentos e contratação de pessoal técnico. Neste sentido, vamos continuar nos empenhando ao máximo junto ao Ministério da Educação e demais órgãos do governo federal e vamos buscar recursos de emendas parlamentares ou onde estiverem para concluirmos este importante projeto para nossa cidade”, disse a prefeita.
“Fizemos a nossa parte – prosseguiu ela – conforme manda o figurino, agora, esperamos que as demais partes envolvidas, principalmente o governo federal e a Universidade de Ouro Preto acelerem o processo de instalação da Faculdade de Medicina, para que tenhamos o curso o mais rapidamente possível”, finalizou.
SEM RETROCESSO
O secretário municipal de Saúde, Eduardo Penna, disse que a Faculdade de Medicina é um projeto de grande envergadura que requer o envolvimento de vários atores. “Já caminhamos um bom pedaço, que foi a doação do terreno, a realização do projeto arquitetônico, do projeto pedagógico da Faculdade de Medicina, foram liberadas as vagas para os professores do campi de Ipatinga e, agora, o próximo passo depende de recursos da União”, reiterou o secretário.
Eduardo Penna salientou que o momento é difícil, em função da crise econômica que o país está passando. “Mas é um projeto que, certamente, vai deixar a sociedade local vigilante, juntamente com as autoridades, para que não haja nenhum risco de retrocesso. A doação do terreno em um dos espaços mais nobres de nossa cidade, num valor expressivo, foi um grande avanço. E, por outro lado, o empenho da Universidade de Ouro Preto tem sido muito grande. Então, nossa expectativa é que já no próximo ano esse processo deslanche, de maneira que em 2018 tenhamos o primeiro Vestibular”, concluiu o secretário de Saúde.
Cecília Ferramenta, secretários e reitores da UFOP durante visita às obras das novas enfermarias do Hospital Municipal, futuro hospital-escola