Cenibra diz que foi prejudicada por rompimento da barragem em Mariana
O rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, no município de Mariana, Região Central de Minas Gerais, teria provocado um prejuízo de R$ 8 milhões à Cenibra. O valor é referente ao desembolso para recuperar a água utilizada na produção, captada no Rio Doce. A empresa prevê gastar mais R$ 1 milhão por mês até que a mineradora apresente alguma solução para o problema. O caso se arrasta na Justiça, onde a Cenibra acionou a Samarco.
Segundo determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Samarco teria 120 dias para iniciar o fornecimento de água para a Cenibra. O prazo foi fixado em 15 de março, com vencimento em 15 de julho. Agora, um imbróglio sobre quem julgaria os casos referentes à maior tragédia ambiental da história do país, se a esfera estadual ou federal, pode ampliar o prejuízo da empresa de celulose.
Conforme a assessoria de imprensa do TJMG, a indeterminação sobre a competência fez com que alguns prazos fossem suspensos. A assessoria disse não saber se o processo da Cenibra está entre os alterados.
Ainda segundo a assessoria, a juíza da 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude de Mariana, Marcela Oliveira Decat de Moura, responsável pela decisão, não informou se houve alguma mudança.
Incrédulo
“Mesmo que o prazo seja fixado em 15 de julho, nosso pessoal acha difícil que a Samarco consiga cumprí-lo”, afirmou o presidente da Cenibra, Paulo Brant. A empresa faz a captação da água do Rio Doce, produz e devolve o insumo limpo, segundo o executivo. No entanto, com o rio afetado pelo rejeito da Samarco, o processo de produção é prejudicado.
Além de ter ficado um mês parada, sem produzir, a Cenibra precisou contratar uma empresa para ‘limpar’ a água utilizada.
Determinação
Para cumprir a decisão da juíza, a Samarco tem que fornecer água limpa à Cenibra com índice de turbidez médio dos últimos 12 meses que antecederam o rompimento.
Caso a mineradora não consiga apresentar uma solução, está prevista multa de R$ 500 mil por dia, limitada a R$ 100 milhões.
O presidente da Cenibra afirma que tentou conversar com o antigo presidente da Samarco, Ricardo Vescovi. “Os problemas aumentaram e a Cenibra ficou para depois”, lamenta Brant.
“A questão foi judicializada pela Cenibra. A Samarco tem se manifestado regularmente no respectivo processo”, diz a Samarco, por meio de assessoria.