A Polícia Militar e o Ministério Público realizaram em Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira, uma operação conjunta em parceria com a Polícia Federal. A Polícia Militar informou que seis pessoas foram presas, entre elas o ex-deputado e ex-secretário de Ciência e Tecnologia Nárcio Rodrigues (PSDB), e o dono do Supermercado Bretas e da Construtora Global Engenharia, Maurício Reis Bretas. Todas as prisões são temporárias, ou seja, com prazo de validade de até cinco dias. As prisões foram realizadas em Belo Horizonte, Uberaba, no Triângulo mineiro, e em São Paulo. A operação foi deflagrada em função de desvio de recursos públicos em obras da Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água (Hidroex, localizada em Frutal, no Triângulo, cidade natal de Nárcio.
O filho de Nárcio, deputado Caio Nárcio (PSDB), está na sede do Ministério Público estadual, onde Nárcio se encontra preso, aguardando transferência. O parlamentar disse que está apenas acompanhando o caso. Informações não oficiais apontam que a operação de hoje investiga desvio de recursos públicos que somam R$ 18 milhões. Ao chegar preso na sede do Ministério Público, Nárcio Rodrigues disse que não sabia o motivo da prisão.
Nárcio está preso na sede do Ministério Público estadual, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul. Ele e os demais presos devem ser transferidos ainda hoje para o Ceresp. Não há informações ainda sobre qual unidade da capital deve receber os presos da operação da manhã desta segunda-feira.
Entre as seis prisões, uma foi realizada em São Paulo. A identidade do preso não foi revelada. A operação, batizada de Aequalis, cumpriu 16 mandados de busca e apreeensão em Belo Horizonte e Frutal, no Triângulo, cidade natal de Nárcio.
Causa da operação
A operação desta segunda-feira investiga desvios de recursos na construção do complexo batizado de Hidroex, instalado em Frutal, no Triângulo Mineiro, cidade natal de Nárcio. As autoridades não confirmam o valor do dinheiro roubado. Policiais Militares estiveram nesta segunda-feira na sede da Secretaria de Ciência e Tecnologia, na Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde, em Venda Nova. Os policiais tinham mandados de busca e apreensão no escritório da Hidroex mantido na sede da secretaria.
Há apenas uma estimativa, ainda não oficial, de R$ 18 milhões desviados de uma obra pública. Levantamento teria sido feito pela Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais. A Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Água (Hidroex) foi criada na gestão do então secretário de Ciência e Tecnologia Nárcio Rodrigues. Para as obras iniciadas em março de 2012 foram licitadas empreiteiras ao custo de R$ 200 milhões. Até hoje o conjunto de prédios está inconcluso. As obras foram paralisadas em setembro de 2014 e retomadas há dois meses.
De acordo com informações da Secretaria de Ciência e Tecnologia, já foram concluídas pouco mais de 90% do conjunto de prédios – laboratórios de pesquisa, sedes da UEMG e da Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais, além de um alojamento para pesquisadores. Além disso, 81% da Vila Olímpica também tiveram obras concluídas. O complexo tem uma área construída de 2.426 quilômetros quadrados.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Ciência e Tecnologia informou ainda que o atual governo pagou R$ 17 milhões aos empreiteiros reponsáveis pelo construção do complexo para a retomada das obras pralisadas. Além disso, o governo mineiro prevê nova licitação para a conclusão do complexo projetado para ser um centro mundial de pesquisa sobre águas.
Ministério Público Estadual
Na manhã desta segunda-feira, seis carros do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), um dos braços da Polícia Militar, trouxeram material apreendido na Operação Aequalis. Conforme informações no local, trata-se de papéis, documentos celular e um notebook.