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Vendas de CDs físicos caem a cada ano e preço alto é um dos agravantes

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Lojas ainda insistem em vender discos por mais de R$30
mesmo sabendo que serviços de Streaming são mais baratos;
especialistas 
acreditam que o CD tem papel fundamental na história

*Jornalista
Felipe de Jesus
*Pesquisa de preço realizada em algumas lojas da Capital mineira*

Não é novidade para ninguém que as vendas de CDs vem caindo ano após ano. No entanto, enquanto no mundo os números da indústria fonográfica vem sentindo uma forte baixa nas vendas de (3,9%), os serviços de Streaming (assinatura mensal) aumentaram 82% e as vendas físicas de vinis tiveram um aumento de US$ 68 mi. Essa inversão pode ser uma tendência de mercado, já que os vinis voltaram e estão na moda e os serviços de músicas digitais em Apps (com liberação de milhares de álbuns completos) com planos mensais, estão mais baratos que os CDs físicos vendidos nas lojas. Por causa disso, cada vez mais as pessoas estão aderindo às novas formas de comprar música, já que os preços de CD´s físicos não estão muito diferentes de 20 anos atrás.

Vendas de música pelo “Spotify” lideram ranking
de mercado fonográfico digital
(Foto: Divulgação)

Nas lojas do Brasil, dá para encontrar promoções de R$10 a R$19,90, (discos mais antigos e fora de catálogo) mas os lançamentos ainda continuam caros. É possível encontrar lançamentos de R$29,90 a R$59,90, preços não muito diferentes de quando os CD´s foram lançados no Brasil. Para especialistas da área comercial da música, não cabe mais neste momento atual, vender discos físicos com preços tão altos. “Se não houver uma mudança neste mercado, a tendência é que os discos desapareçam de vez e sobre apenas uma lembrança do que foi a venda de música no mundo e as marcantes lojas dos anos de 1970 a 1990”, analisam.

Paixão 

Mesmo com esse cenário negativo do mercado e um possível fim das mídias físicas, ainda existem aficionados que compram e ajudam a manter esse mercado em evidência, como é o caso de Antônio Pedro de Souza, professor e estudante de jornalismo. “Gosto de comprar mídias físicas (não só CDs, mas também DVDs, Blu-rays e jornais, livros e revistas impressos) por se tratar de um produto mesmo. Com a mídia física, temos a sensação de ‘realidade’, de algo ‘concreto’, algo que possamos manusear levar de um lado para outro, organizar”, relata. Ele ainda diz que há uma interação, maior com mídias físicas. “Com elas podemos, por exemplo, emprestar um determinado CD para um amigo e trocar experiências. Você já viu alguém fazer isso com os formatos digitais? Não dá. Cada um baixa o seu próprio MP3 e pronto. Não há um retorno, do tipo: “E aí? Gostou do CD que eu te emprestei? O que achou da faixa tal?”, analisa o professor.

Ainda de acordo com Antônio, nem tudo que está disponível nas mídias físicas está disponibilizado na internet. “Por mais que insistam em dizer, nem tudo o que está disponível nas mídias físicas está disponível na internet. Há coisas muito boas escondidas por aí que nem o Google é capaz de achar. Outro fator que prezo muito é a compra em lojas físicas. É claro que compro pela internet, mas só quando não há outro jeito. 99% das minhas compras são feitas em lojas físicas. Isso também se deve à interação. Gosto de conversar com os vendedores e com os outros clientes, trocar opiniões, ideias, falar dos lançamentos, dos clássicos. Enfim, essa troca de experiências é fundamental e, infelizmente, as compras feitas pela internet e as mídias digitais excluem esta parte”, completa.

Lojas de vinis apostam nos lançamentos e reedições
de álbuns mais antigos para aumentar vendas
(Foto: www.stylecity.com.br) 

Será o fim?

Para especialistas ouvidos pelo “InfoMoney”, mesmo existindo muitos apaixonados por mídia física, o número ainda é pequeno em comparação a tantos adeptos as mídias digitais. Com isso, eles acreditam que as mídias tradicionais poderão com certeza sumir daqui cinco anos. “A internet deverá matar CDs, DVDs, Blu-Rays, HDDs, Pen-drives e Memory Cards”. Já para pesquisadores a mídia física ainda tem um papel fundamental. “Os CDs hoje têm também um papel importante como documento histórico e resultado de pesquisa musical. Muitos artistas têm encontrado espaço para desenvolver um bom trabalho histórico ou ‘científico’ da música. Seja para resgatar outro artista que nunca foi gravado, quanto para gravar seu som e registrar uma parte da história”.

*Com informações do InfoMoney e Guia da Semana*