Especialista da XP Investimentos dá dicas de como se organizar financeiramente para o período e orienta como os brasileiros podem usar o 13º salário
O fim de ano pode ser motivo de preocupação para muitos brasileiros, afinal, é o período no qual as contas se multiplicam. Aqueles que não estiverem com o planejamento financeiro em dia podem se prejudicar. Além das despesas fixas mensais, são meses de gastos com presentes de Natal, viagem de férias, matrículas escolares, entre outros. As pessoas também precisam se preparar para o pagamento de vários tributos que são cobrados em janeiro, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o licenciamento veicular, entre outros.
Assim, com tantos motivos para gastar mais dinheiro, é importante que os brasileiros iniciem seus planejamentos financeiros desde já, para não sofrerem prejuízos agora e no início de 2023. Para isso, podem e devem contar com um recurso muito importante neste período: o 13º salário. Bruno Almeida, líder regional da XP Investimentos em Minas Gerais, explica que o 13º é uma renda importante e que deve ser priorizada para o pagamento de dívidas ou quitação de contas.
De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o Natal deste ano deve injetar R$ 66,6 bilhões na economia, com a expectativa de que 118 milhões de brasileiros vão às compras. 73% dos entrevistados afirmaram que pretendem presentear neste Natal. A intenção de compra caiu um pouco em relação ao ano passado, mas onda é animadora para o comércio.
Esses dados da pesquisa da CNDL são muito importantes, porque servem como um termômetro da intenção de gastos de fim de ano da maioria dos brasileiros. Muitos utilizam o 13º para essas finalidades, no entanto é muito importante ter em mente o equilíbrio das despesas antes de pensar em gastar. “O 13º salário é uma renda extra do trabalhador que deveria ser utilizada para desafogar o caixa e quitar dívidas. Mas, sabemos que esta não é a realidade da maioria das pessoas. Por isso, é importante manter o equilíbrio e tentar distribuir os recursos pensando não apenas no momento atual, mas nas despesas que pesam o orçamento em janeiro”, orienta Bruno Almeida.
Uma sugestão do especialista para quem não abre mão das compras de fim de ano é aproveitar as ofertas da Black Friday, realizada nesta sexta-feira (25), para buscar descontos e a melhor valorização do seu dinheiro. De acordo com pesquisa, também da CNDL, em parceria com a Offerwise Pesquisas, 36% dos consumidores, que se dizem mais conscientes, devem utilizar a Black Friday para antecipar as compras de Natal e economizar nos presentes. 91% dos entrevistados disseram que realizam pesquisa de preço no mercado antes de efetuar a compra, assim, confirmam se os produtos estão realmente com um bom desconto e escolhem a loja com a melhor oferta.
“Aproveitar os descontos da Black Friday é uma boa alternativa para economizar e poupar parte do 13°. A regra de ouro nesse momento é manter a cautela e “não se empolgar” com as promoções para não adquirir dívidas desnecessárias. Outro cenário interessante, neste caso, seria reservar a maior parte desse dinheiro extra para iniciar uma conta de investimentos e tentar aumentar essa renda avulsa, pensando em estabelecer uma reserva emergencial, caso ainda não tenha. Para isso, há diferentes produtos para todos os perfis de investidores, desde os mais conservadores, que podem apostar em ativos de renda fixa, como os mais arrojados, que se abrem à renda variável”, explica o especialista.
O executivo sugere que este momento é o ideal para quem busca uma virada e quer planejar o próximo ano. “O 13º pode ser uma motivação extra para repensar as contas do próximo ano. O importante é dar o primeiro passo e estabelecer uma meta mensal para reserva financeira. Gostamos muito do modelo 70/30, em que 70% dos recursos são utilizados para o pagamento de despesas do presente e 30% pensando no futuro, como aposentadoria e objetivos de médio e longo prazo”, aponta Bruno Almeida.