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ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS APRESENTA ENTREVISTA COM PAULINA CHIZIANE, VENCEDORA DO PRÊMIO CAMÕES DE 2021

ESCRITORA MOÇAMBICANA CONVERSA COM O PRESIDENTE DA AML E PROFESSORA NAZARETH SOARES FONSECA EM VÍDEO DISPONÍVEL A PARTIR DE 20/01

Em entrevista ao presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares, e à professora Nazareth Soares Fonseca, da UFMG e da PUC Minas, a escritora moçambicana Paulina Chiziane, vencedora do Prêmio Camões de 2021, compartilhou detalhes de sua trajetória e de suas obras publicadas.  O vídeo estará disponível no canal de YouTube da AML a partir das 11h do dia 20 de janeiro.

O evento acontece no âmbito do Plano Anual de Manutenção AML (PRONAC 203709), realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e duzentos médicos cooperados e colaboradores – e da CEMIG. Copatrocínio da Tambasa.

Na ocasião, a escritora relembra os primeiros contos publicados na imprensa de seu país e a publicação de seu primeiro livro, “Balada de Amor ao vento”, de 1990. Paulina Chiziane fala, ainda, sobre a difícil recepção de sua obra literária em Moçambique e como ela foi mais facilmente recebida na Europa.

Ao longo da entrevista, a autora aborda como foi o processo de criação do best-seller “Niketche – uma história de poligamia”, editado no Brasil pela Companhia das Letras. “O alegre canto da perdiz”, lançado no Brasil pela Editora Dublinense, também foi comentado pela autora. Antiga militante da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), Paulina também reflete sobre a sua relação com a política e o poder, dizendo rejeitar a participação em partidos políticos ou em estruturas de governo para não comprometer sua liberdade.

Na conversa com Rogério Faria Tavares e Nazareth Soares Fonseca, a célebre escritora relata sobre o modo como retrata a mulher e o feminino em sua obra literária. Corajosa, ela não deixou de abordar como trata a sexualidade e o erotismo em seus livros, o que a levou, muitas vezes, ao risco de ser mal compreendida por seus leitores e pelos críticos. Outros assuntos comentados são o feminismo e o feminismo negro, e a necessidade de fortalecer, entre as mulheres africanas, um pensamento autônomo em relação ao que é pregado pelos estrangeiros. Paulina também falou sobre a necessidade de valorizar as tradições orais de seu povo e a necessidade de preservá-las.

Além das palestras e entrevistas on-line inéditas que integram sua programação, a Academia Mineira de Letras disponibiliza mais de 200 palestras já realizadas, para que o público possa ver e rever.

Sobre a entrevistada:

Paulina Chiziane é filha de pai alfaiate e mãe camponesa, e é 6ª filha de uma família de oito irmãos. Os contos à volta da fogueira constituíram a sua primeira escola de arte, de onde lhe veio o gosto de contar histórias.

Nascida em Manjacaze na localidade de Chidenguele, província de Gaza, Chiziane emigrou com a família para Lourenço Marques. Fez o ensino primário na Escola Indígena da Igreja Católica, embora a família fosse protestante. Já na escola primária descobriu o gosto pela pintura, e sonhou um dia vir a ser pintora. Mas as condições de pobreza em que vivia não permitiram o desenvolvimento desse sonho.

Influenciada pelos coros da igreja presbiteriana, escreveu a primeira composição musical aos 13 anos de idade, e esse sonho também ficou abortado, por causa dos preconceitos da época: fazer música não garantia o futuro a ninguém. Pior ainda quando se tratava de uma mulher. Esse sonho veio a ser retomado depois de completar 60 anos de idade, tendo composto obras musicais e publicado um disco com vários músicos.

O primeiro ato de escrita foi o diário dos sonhos – manuscrito que se perdeu no tempo. Sempre que despertava divertia-se tentando descrever o sonho que teve durante a noite, o que era feito em segredo, porque os pais não podiam saber que gastava o papel na escrita das suas fantasias infantis: a família era pobre e era preciso poupar o caderno escolar.

As primeiras influências literárias aconteceram na escola primária a partir da literatura portuguesa e mais tarde teve contato com outras literaturas da África e do mundo.

Ao longo de sua trajetória literária, Paulina Chiziane recebeu diferentes reconhecimentos e homenagens, dentre os quais Prémio José Craveirinha, pela obra “Niketche – uma história de poligamia”, Ordem Infante D.Henrique, pelo Governo Português, Ordem Cruzeiro do Sul, pelo Governo do Brasil, Troféu Raça Negra, edição 2014 em S. Paulo, homenagens nacionais como MOZEFO, Artistas plásticos, Mulheres empresárias, e muito mais.

SERVIÇO:

Academia Mineira de Letras

Entrevista com Paulina Chiziane, vencedora do Prêmio Camões de 2021

Data: a partir de 20 de janeiro, às 11h

Acesso: Youtube.com/c/AcademiaMineiraDeLetras

 

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