Cai prejuízo da Usiminas no segundo trimestre

O aumento da demanda por aços no Brasil propiciou uma pequena retomada de mercado da Usiminas. A empresa, que vive um momento financeiro complicado, reduziu o prejuízo líquido em 19% no segundo trimestre comparado com o primeiro, ao passar de um rombo de R$ 151 milhões para um resultado, ainda negativo, de R$ 123 milhões, segundo balanço divulgado ontem pela siderúrgica.

A retomada se justifica, em grande parte, por um consumo maior de aço no mercado interno. Para se ter uma ideia, entre abril e junho deste ano, 13% do total vendido foi para o exterior e os 87% restantes ficaram no país. Já entre janeiro e março, o percentual exportado foi de 16%.

“Esse aumento de participação do mercado interno ocorre porque a economia está começando a reagir. É um começo e foi positivo. Mas está bem longe do ideal”, pondera o analista de siderurgia da Upside Investor, Pedro Galdi. Ele explica que a venda dentro do país é mais rentável para a empresa do que a exportação. Com a superoferta de aço no mercado internacional, a exportação tem acontecido com preços cada vez menos favoráveis. E os custos envolvidos nas vendas dentro do próprio país são bem menores para a empresa.

Voltar a gerar resultados seria a solução de uma parte importante da crise em que a empresa se encontra. A outra necessidade da siderúrgica, que é reduzir as dívidas, também seguiu em uma direção positiva, passando de R$ 7,3 bilhões ao final do primeiro trimestre para R$ 7,1 bilhões no segundo. Ou seja, teve uma redução de 2,7%.

Ações e negociação

Duas questões pesaram para essa melhora. A primeira delas foi a emissão de novas ações, que gerou R$ 1,05 bilhão para a empresa. O processo foi homologado em junho e significou um alívio. A segunda explicação é a negociação com os credores que trouxe, dentre outras vantagens, carência de três anos e novas taxas. Ainda existem negociações em curso junto aos bancos japoneses. As projeções da empresa são que elas tragam resultado até setembro deste ano.
O melhor desempenho da Usiminas foi observado pela empresa tanto na siderurgia quanto na mineração. O Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da área siderúrgica teve um crescimento de 8% entre o primeiro e o segundo trimestres, passando de R$ 46 milhões para R$ 50 milhões.
Na mineração, o Ebitda ajustado passou de uma queda de R$ 11,9 milhões negativo para R$ 21 milhões positivo. Neste caso, o que mais pesou foi a alta de 15% no preço do minério de ferro.

Mesmo esboçando um sinal de melhora, os investimentos da empresa seguem no sentido contrário. Enquanto no primeiro trimestre foram aportados R$ 70 milhões, no segundo foram R$ 50 milhões, o que representa uma queda de 30%. A empresa justifica que houve uma adequação à atual geração de caixa.

899 milhões de toneladas

foi o volume de aço vendido pela Usiminas no segundo trimestre de 2016, o que equivale à estabilidade frente ao primeiro

Vale tem lucro de R$ 3,5 bilhões, apesar da Samarco

A Vale teve um lucro líquido de R$ 3,585 bilhões no segundo trimestre deste ano – queda de 30% em relação ao visto um ano antes – e de 43% se comparado ao mesmo trimestre de 2015. No primeiro semestre, a maior produtora de minério de ferro do mundo reverteu prejuízo e alcançou lucro líquido de R$ 9,896 bilhões. O balanço financeiro também foi divulgado ontem.

A mineradora conseguiu alcançar lucro, superando as estimativas de analistas de mercado, a despeito da provisão que realizou no exercício por conta do desastre da Samarco, em novembro de 2015, que assolou Bento Rodrigues, distrito de Mariana.

No relatório que acompanha o seu demonstrativo financeiro, a Vale explica que a queda de US$ 670 milhões no lucro líquido frente ao período de janeiro a março de 2015 deveu-se à provisão de US$ 1,038 bilhão relativo ao rompimento da barragem pertencente à Samarco.

Na última quarta-feira, a mineradora já havia informado que devido à “reduzida expectativa” de retorno das operações da Samarco em 2016, levando em conta o status atual do processo de licenciamento ambiental, e diante das incertezas adicionais em relação ao fluxo de caixa da Samarco, reconheceu a provisão do valor presente da estimativa de sua responsabilidade secundária, equivalente a 50% das obrigações da Samarco no acordo.

No segundo trimestre, mantendo a estratégia de diminuir a produção em minas de maiores custos, a Vale produziu 86,823 milhões de toneladas de minério, 2,8% abaixo do registrado no mesmo período de 2015, mas alta de 12% ante o intervalo anterior.

Redação Conteudo Mineiro

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